Eu gosto de pensar que tudo tem seu lado positivo. Sei que alguns vão me julgar quando eu falo do “lado positivo” de uma pandemia, onde o mundo está em pânico e as pessoas se isolando. Mas, sim! Na minha visão, tem o lado positivo sim. Estamos nós agora, dentro de nossas casas com tempo para fazer coisas que há uma semana, não tínhamos tempo.
Eu que falo tanto de viver experiências, agora, estou vivendo uma experiência que tem me feito repensar a minha vida e os valores que quero deixar para os meus filhos. Nos demos conta que estamos todos no mesmo barco. Não existe rico, pobre, branco, negro ou índio. O que existem são seres humanos em uma guerra contra uma coisa que é invisível. E a ação de um, pode interferir diretamente na sobrevivência do outro. Literalmente, parece história de filme de ficção. Mas, é a realidade.
Antes, a reclamação de todos nós era a falta de tempo, agora temos tempo para tudo. Parece até uma provação. Será que era falta de tempo mesmo ou só deixávamos as coisas que julgávamos difíceis para depois? A resposta é que agora temos tempo. E aí, o que vamos fazer com ele? Aprender a conviver com o ócio e olhar para pequenas coisas? É o que eu acredito e tenho feito. Não de uma forma negativa, mas sim, de uma forma bastante positiva. Recebemos uma chance de sermos melhores para nós mesmos e para os outros, principalmente as pessoas mais próximas de nós.
Hoje, eu, Fabíola, tenho tempo para valorizar coisas simples, como ajudar as crianças a organizar seus brinquedos, dormir sem ter que acordar e sair correndo para cumprir os vários compromissos do dia. Posso atender o pedido dos meus filhos, e ficar um pouco mais sentada no sofá, assistindo um desenho com eles. Posso aproveitar com calma cada cantinho da nossa casa, organizar as minhas roupas, fotos etc.
Não sei se a palavra é ansiosa, ou agitada…, mas, eu sou “inquieta”, não só no cotidiano, mas também como viajante. Sempre que viajo tenho sempre uma programação extensa a seguir, quero ir a mil lugares e conhecer tudo. Fico frustrada quando vou a um destino novo e não consigo conhecer aquela praia famosa, o museu, o parque importante, a igreja que estava fechada para reforma. Sem falar dos hotéis que sempre coloco no roteiro para conhecer e depois posso indicar para os meus clientes. Enfim, sempre fico com a sensação que eu nunca consigo concluir meus roteiros como gostaria.
Hoje, pensando comigo mesma, fico me questionando: será que esse não é o momento de aprender a relaxar um pouco em relação a isso também? Aproveitar e principalmente, valorizar as coisas simples e para de me cobrar quando tudo não sair como o previsto?
Tenho certeza que quando tudo isso passar, vamos ter mudado como pessoas, como viajantes e como seres humanos. Pelo menos é isso, que eu, Fabíola, vou tirar de lição e utilizar o “lado positivo” de tudo isso para criar a minha nova e melhor versão. Espero que você também esteja em busca da sua.